Representantes de 11 empresas brasileiras estão a caminho dos Emirados Árabes para participar da feira de alimentos e bebidas Gulfood, realizada em Dubai a partir de 20 de fevereiro.
Organizada pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e pela agência Apex Brasil, de fomento a exportações e investimentos, a missão é composta por empresas especializadas em derivados de frango, de bovinos, doces, frutas, grãos, açúcar e especiarias.
A expectativa é aproveitar a presença de varejistas e importadores de todo Oriente Médio, de países africanos e do sul da Ásia na exibição para ampliar a venda de produtos brasileiros nessas regiões, sobretudo nas categorias de maior valor agregado.
Os participantes receberão orientações sobre negociação antes de participar de rodadas com compradores pré-selecionados pela Câmara Árabe. Além disso, também vão participar de um seminário sobre oportunidades no mercado global de alimentação muçulmana. Aliás, estimado em US$ 1,267 trilhão e com nada menos que 1,9 bilhão de consumidores.
“O Brasil já é um importante fornecedor de produtos, por exemplo, como açúcar, carne de frango, milho, soja, carne bovina, café e outras commodities alimentares ao mundo muçulmano. Queremos, no entanto, estimular as empresas brasileiras a buscar oportunidades nos segmentos de maior valor agregado. Ademais, onde há muito espaço para crescer”, afirma Silvana Scheffel Gomes, diretora de marketing e conteúdo da Câmara Árabe.
Ademais, na avaliação de Scheffel Gomes, o avanço do Brasil no mercado islâmico de alimentação ainda esbarra na baixa oferta de produtos com certificação halal. Aliás, hoje essencialmente limitada às carnes de frango e bovina.
Para o consumidor muçulmano, o selo atesta produção conforme às tradições do islamismo. Sendo assim, obrigatório para várias categorias de de alimentos importadas por países de maioria islâmica ou com grandes comunidades muçulmanas.
No caso de alimentos processados, o selo halal garante ser o produto livre de derivados suínos, cujo consumo é vedado ao muçulmano. Nos produtos de origem animal, atesta que os processos de abate ocorreram sob o rito islâmico.
Na visão de Scheffel Gomes, o investimento na certificação de produtos é um passo central para o Brasil avançar no fornecimento de alimentos de valor agregado ao mundo islâmico. Portanto, razão pela qual a missão comercial à Gulfood dará bastante ênfase à questão.
A missão brasileira à Gulfood integra as ações do projeto Halal do Brasil, iniciativa conjunta da Câmara Árabe-Brasileira e da Apex Brasil. Sendo assim, para estimular a venda de alimentos brasileiros de valor agregado em mercados muçulmanos.
Portanto, lançado no fim do ano passado, o projeto prevê investimento de R$ 15,4 milhões em ações de promoção comercial em feiras no exterior e também no estímulo à adoção da certificação halal por empresas brasileiras em fase de internacionalização.
Aliás, em novembro passado, a iniciativa levou seis empresas à feira saudita Saudi Halal Expo, especializada em produtos voltados ao consumidor muçulmano.
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